PREFEITURA
MUNICIPAL DE PIUMHI
DOSSIÊ
INVENTÁRIO DE BEM IMATERIAL
FOLIA
DE REIS
SUMÁRIO
Lei do Registro do Bem Imaterial...................................................................................... 2
Introdução.............................................................................................................................. 6
Contextualização Histórica......................................................................................................7
Histórico do Município.................................................................................................7
Localização ................................................................................................................10
Etimologia...................................................................................................................11
Folia de Reis ..........................................................................................................................12
Antecedentes ...............................................................................................................12
Evolução Histórica ........................................................................................................13
Relação da atividade com o lugar ................................................................................14
Descrição da atividade..................................................................................................14
Agentes investidos na atividade ...................................................................................16
Recurso .......................................................................................................................17
Publico Alvo ..................................................................................................................17
Patrimônio da Folia.......................................................................................................17
Salvaguarda e Valorização ............................................................................................18
Cronograma de atividades .........................................................................................19
Documentos fotográficos ...............................................................................................21
Registro audiovisual DVD ...............................................................................................
Ficha técnica ...................................................................................................................25
Parecer técnico ..............................................................................................................26
Parecer do Conselho ......................................................................................................27
Ata de Aprovação Provisória ...........................................................................................28
Ata de Aprovação Definitiva ............................................................................................29
Cópia do Decreto de Registro..........................................................................................30
Inscrição no livro .............................................................................................................31
Anexos ................................................................................................................................36
LEI
DO REGISTRO DO BEM IMATERIAL
- INTRODUÇÃO
A
história da devoção aos Reis Magos na região de Piumhi, desde os
tempos de Vila, é algo de interesse de muitos historiadores, pois
percebe-se que a comunidade/fieis da Igreja Católica possui uma fé
fervorosa por este santos, passando de geração a geração. Esta
história ultrapassa divisas, por ser uma história milenar. Chegou
ao Brasil vinda de Portugal com a finalidade de divertir o povo,
porém aqui tomou um sentido mais religioso do que profano. Após a
organização da Associação, representada pelo presidente atual,
senhor Sebastião Teodoro Dias, muitos convites para realização de
visitas aos moradores da cidade, povoados e comunidades ( em forma de
cumprir promessas ) vem surgindo continuadamente, e por outro lado,
também o grupo de Folia de Reis/Companhia de Reis como é chamado
pelo povo, faz parte da história cultural do município.
Com
a evolução dos tempos muito da nossa história se perde e a única
forma de conservar e preservar fatos históricos é o Registro no
Patrimônio cultural. Fato este, levou a população a se manifestar
este desejo.
O
Órgão público responsável pelo Patrimônio Cultural do município
imediatamente se prontificou em tomar as providências devidas para a
finalidade de registro.
Figura 1 II
Encontro da Folia de Reis de 2015 - Parque de Exposição Tônico
Gabriel
CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA2-HISTÓRICO DO
MUNICÍPIO
A
história de Piumhi inicia-se em 1731 com a descoberta e exploração
da região pelo sertanista João Batista Maciel, que proveniente de
São Paulo, com sua Bandeira, vasculhou a região, próximo a
nascente do Rio São Francisco a procura de ouro. Batista Maciel
fixara-se em Piraquara, margem direita do Rio São Francisco, termo
da Vila de Pitangui. Naquele ano organizou uma Bandeira com filhos
agregados e escravos, explorou o Alto São Francisco, descobrindo
faisqueiras no Rio Piuí. Ainda no mesmo ano de 1731, Batista Maciel
retorna a Pitangui com a notícia do descobrimento de minas de ouro
no sertão do Piuí.
Imediatamente
se organizou uma expedição tendo à frente o vigário de Pitangui,
o Padre Luís Damião e o Procurador da Câmara João Falcão. Como
guia seguiu o próprio Batista Maciel com sua gente. O grupo era bem
numeroso e a finalidade era tomar posse do “país do Piuí”.
Seguiram e realmente tomaram posse daquele sertão. Padre Damião
celebrou a missa, considerada a primeira missa em Piuí, no ano de
1731, porém, o ouro não foi encontrado com a grandeza que se
esperava.
Com
a decepção, Batista Maciel acabou sendo preso como falso
descobridor e causador de grande despesa que a bandeira fez.
Entretanto dois filhos de Batista Maciel mais alguns agregados,
diante daquele fato novo, amotinaram-se havendo troca de tiros, na
qual resultou ferir-se o Procurador da Câmara João Veloso Falcão,
que recebeu uma carga de chumbo no braço. Livre, Batista Maciel
retirou-se acompanhado dos filhos, agregados e escravos, indo
fixar-se nas perdizes, pouco abaixo, no mesmo Rio São Francisco,
mais ou menos no ponto onde se localiza hoje a cidade de Iguatama.
Dois
outros sertanistas e desbravadores tem registradas suas ações: o
Capitão Tomás de Souza, que residia em Pitangui e, que de posse do
roteiro de Três Morros, percorreu todo o sertão do Piuí e do Rio
São Francisco. O outro foi o Alferes Moreira, que também partiu de
Pitangui e desbravou a região, e é ele quem relata seu encontro no
Piuí com Batista Maciel e Tomás de Souza, na “2ª Prática ao
Padre Diogo Soares”.
A
cidade nasceu em torno das atividades de mineração às margens do
Córrego Cavalo com o nome de Nossa Senhora do Livramento.
Em
1736, a região é cortada pela picada de Goiás e aí distribuídas
as sesmarias. A picada de Goiás, na realidade, não foi iniciativa
governamental; um grupo de sertanistas se dispôs a abrir a picada e
pediu certos privilégios, como a preferência sobre sesmarias, ao
longo da mesma picada, e proibição de outros por ali se instalarem
no prazo de um ano. Atendidos nessa exigência, foi o respectivo
edital baixado pelo governador Martinho de Mendonça em julho de
1736.
Pouco
depois d estabelecidos os sesmarieiros abridores da picada tiveram
que retirar-se e praticamente interrompeu-s o trânsito pela famosa
picada. Negros aquilombados assenhorearam-se da região, passaram a
assaltar e a causar vários transtornos até o ano de 1743, quando
foram os negros atacados e foram destruídos os quilombos,
reiniciando-se a colonização e a mineração.
Em
1752 a mineração foi intensificada no local, provavelmente assim
iniciando o arraial. No mesmo ano ali teria visitado o Padre Marcos
Freire de carvalho, que na qualidade d emissário de Mariana tomou
posse de Piumhi para aquele bispado.
Em
princípio de 1754, quando as minas da Capitania se achvam em geral
cansadas e os mineiros, na maioria, desanimados, espalhou-se de
repente a notícia do “ouro...ouro com grandeza em Piuí” A
corrida pelo ouro se renova com gente do Tamanduá, de São João,
São José do Brumado e toda a parte.
O
ouvidor da Comarca do Rio das Mortes tão logo soube da corrida para
o Piuí, ordenou o guarda-mor de Passa Tempo que se dirigisse àquele
continente a fim de proceder a distribuição das datas, evitando-se
as contendas e disputas naturais naquelas circunstâncias. O mesmo
ouvidor, em março de 1754, dirigia-se à Comarca de São José,
informando do novo descoberto, da quantidade de gente que se achava
naquele sítio e outro tanto a caminho, terminando por sugerir à
Câmara que providenciasse a tomada de posse do lugar antes que a
Câmara de Pitangui o fizesse.
No
dia 28 de março de 1754 em casa de morada de José da Serra
Caldeira, os procuradores da Câmara de São José Del Rei, meirinho
Leandro de Arruda e o sargento-mor Francisco José Beserto tomaram
posse do novo descoberto do Piuí, subordinando os moradores do
arraial e seus distritos à vila de São José.
Passada
a febre do ouro, continuaram os pedidos de sesmarias, com vários
candidatos a sesmarieiros fixando-se no local.
E
1758 o arraial mostratava-se próspero. Nesse ano, segundo várias
fontes teria sido criado a paróquia. Entretanto, segundo comprova o
ato de Dom Frei José da Santíssima Trindade, em que decidiu
subordinar a capela de São Roque à freguesia de Piuí. Esta
paróquia foi instituída por ato episcopal em 1754, por iniciativa
do fazendeiro Manoel Marques de Carvalho, o fundador da capela de São
Roque. Esta freguesia foi declarada colativa por alvará régio de 26
de janeiro de 1803. O primeiro vigário colado ainda em 1803 foi o
Padre Antônio Teles. Antes era provida de vigários encomendados;
Cônego Trindade menciona a provisão de 6 de julho de 1773, nomeando
o Padre José Soares da Silva vigário da vara da freguesia dos novos
descobertos do Piauim.
Foi
a paróquia elevada à categoria de Vila, com autonomia municipal,
pela Lei nº 202, de 1º de abril de 1841, desmembrando-se o novo
município de Formiga. E a Lei de Nº 1510 de 20 de julho de 1868
elevou a Vila à categoria de cidade.
Figura 2 Piumhi quando ainda era Vila
Figura 2 Piumhi quando ainda era Vila
Figura
3 Praça da Matriz Antigamente
LOCALIZAÇÃO:
Piumhi
está localizada na Mesorregião oeste do Estado de Minas Gerais (
região centro-oeste ), com 902 km2 de área e uma altitude de 793
metros, clima tropical com a temperatura média de 22º C, vegetação
de cerrado.
Faz
limites com os município de São Roque de Minas, Vargem Bonita,
Bambui, Doresópolis, Capitólio, Pains, Pimenta e Guapé.
O
acesso rodoviário Poe ser feito pelas rodovias MG-439, MG-354 e a
principal MG-050, que corta a região e é a responsável por ligar a
capital Belo Horizonte à região de Ribeirão Preto estado de São
Paulo. Piumhi situa-se na metade da distância entre as duas
metrópolis, ficando a 256 quilômetros de Ribeirão Preto.
Figura 4 Localização do Município de Piumhi
Figura 5 Mapa da Cidade de
Piumhi
ETIMOLOGIA:
O
significado do vocábulo Piumhi é historicamente documentado e vem
do tupi rio de peixe, referindo-se a rio homônimo. Para a análise
do vocábulo é colocada em prática a lição de Teodoro Sampaio em
sua obra “O Tupi na Geografia nacional”.
Figura
6 Cruz do Monte - Ponto Turístico da Cidade
Figura 7 Vista aérea da
cidade
- FOLIA DE REIS
- Antecedentes históricos:
A
Folia de Reis reproduz a viagem dos Reis Magos a Belém para adorar
ao Deus-Menino (Jesus Cristo), e comumente é organizada por devoção
ou pagamento de promessas. Esta promessa visa o recebimento de uma
benção divina e na maioria das vezes, diz respeito a restauração
da saúde do próprio promesseiro ou de alguém próximo a ele,
melhora de condições financeiras, ou, resolução de algum problema
pendente. Com a promessa assume-se então um compromisso de
participação na folia de Reis, por no mínimo sete anos, podendo
refazer o compromisso a cada múltiplo deste número.
A
Folia de Reis chegou ao Brasil vinda de Portugal onde tinha como
finalidade a diversão do povo e ao chegar ao Brasil adquiriu um
sentido mais religioso do que profano.
Na
cidade de Piumhi e em toda a região a devoção dos Reis Magos é
histórica e passa de geração em geração. Os grupos são formados
e unidos em uma Associação. Uma vez por ano se reúnem para uma
grande festa, principalmente no período entre o Natal e o dia de
Reis ( 6 de janeiro ).
Figura
8 Representação dos Três Reis Magos - Foto tirada da Internet
- Evolução histórica no Município:
Desde
os primórdios tempos de Vila, a comunidade piumhiense já
participava das manifestações de Folia de Reis. Os moradores da
zona rural são os que mais devoção possui. Em tempo de
comemorações natalinas até o dia dos Santos Reis, geralmente todas
as casas de fieis católicos preparam o presépio representando o
nascimento do menino Jesus, Maria, José e os Três Reis Magos:
Gaspar, Baltazar e Belcchior. E durante este período a família se
reúne em volta do presépio para a reza do terço.
Em
vários lugares do município e região, quando chega o dia 6 de
janeiro, dia de Santos Reis, são realizadas as chegadas dos grupos
que durante seis dias peregrinaram em visita às casas, rezando,
cantando e recebendo donativos para o grande leilão na festa de
chegada.
A
primeira iniciativa de organização dos grupos foi no ano de 2009,
quando criou-se a Associação dos Devotos dos Reis Magos de Belém,
registrada com o CNPJ nº 11.001649/0001-43, sem fins lucrativos, com
finalidade de promover festejos e comemorações referentes à Folia
de Reis, ensinando e propagando cultura religiosa e folclórica.
Desde
então, as apresentações tem sido constantes, em toda a região.
Em
janeiro de 2014, na cidade de Piumhi foi realizado o Encontro
Regional de Folia de Reis, onde várias cidades compareceram com seus
grupos, amigos, familiares e comunidade devota.
Devido
ao sucesso do primeiro encontro, em janeiro de 2015 o segundo
encontro foi realizado com mais sucesso e brilhantismo.
E
a partir daí a Folia de Reis passou a ser mais conhecida e a
comunidade em geral começou a valorizar a cultura dessa devoção,
que aumenta a cada dia, motivando crianças e jovens a seguirem o
aprendizado, perpetuando a história.
Figura 9
II Encontro de Folia de Reis - 2015 - Parque de Exposição Tonico
Gabriel
- Relação da atividade com o lugar.
As
apresentações geralmente são realizadas em capelas rurais, quando
os promesseiros são da localidade rural. Em praça pública, quando
as apresentações são nos eventos culturais. E para os encontros
regionais são organizados lugares com infra-estrutura adequada, com
banheiros, cozinha, refeitório, etc.
- Descrição da atividade:
A
Folia de Reis organiza-se, em geral, em conseqüências de promessa,
isto é, um compromisso livremente assumido, que leva o grupo a sair
em visitas aos moradores de certa comunidade, pelo menos uma vez por
ano durante sete anos consecutivos, a fim de conseguir a graça
desejada. É comum que a promessa seja feita pelo mestre ou pelos
integrantes da folia, mas também há ocasiões em que outras pessoas
devotas encomendam as visitas aos foliões em cumprimento às
promessas, em busca de cura de doenças, superação de
dificuldades, dentre outros.
A
Folia constitui-se por amigos, parentes, compadres e aliados ao
mestre, que se reúnem para a jornada de Reis. Mulheres e crianças
ocasionalmente participam da peregrinação, ficando estas, na
organização dos adereços, roupas, alimentação e orientação n
ornamentação do local da chegada.
Na
véspera da jornada, que antecede o Natal, o mestre reúne com os
foliões em casa, para os preparativos e recomendações de bom
comportamento. Reunidos rezam o terço, cantam ladainhas e fazem
pedidos diante ao presépio preparado na casa do mestre, solicitando
êxito na jornada que se inicia. No dia seguinte levam a Bandeira a
uma Igreja para a benção do padre, ou quando este ato não é
possível, faz-se uma oração ao pé de um cruzeiro, geralmente
colocado em morros ou beira de estrada, marco este da fé católica.
E assim saem pelas ruas, comunidades e povoados. No final de cada dia
da jornada, os foliões agradecem pelo trabalho com um oração e
sinal da cruz ( expressão de fé ).
A
Folia de Reis presta homenagem aos amigos, levando sua bandeira e os
foliões a visitá-los em casa. Feito os entendimentos necessários,
a Folia entra na moradia tendo à frente a Bandeira, mas deixando os
palhaços de fora. O alferes posta-se a um canto da sala com a
Bandeira voltada para os foliões se a casa não dispõe de oratório
ou presépio, ou ao lado deste, porém sempre de frente para os
foliões. O costume exige que se cante três vezes, pelo menos, em
cada casa: chegada, adoração e agradecimento.
No
fim da jornada, organiza-se o encerramento com uma grande festa. Cabe
ao mestre financiar a Folia que organizou a fim de dar cumprimento a
sua promessa. O dinheiro angariado em visitas é usado para suprir
despesas com instrumentos, vestimentas e manutenção da capela ou
igreja.
A
festa de encerramento tem lugar e data marcada pelo mestre,
geralmente num sábado, ao logo após o dia 6 de janeiro, se este não
recair no dia de sábado.
Neste
dia os foliões comparecem uniformizados e os palhaços vestem-se a
caráter. O lugar escolhido para a festa é muito bem ornamentado e
todos são recepcionados com farta comida e bebida (ceia). Após a
Ceia, o mestre comanda uma oração em agradecimento ou profere um
discurso alusivo à jornada. Terminada a ceia, o alferes toma posição
com o estandarte diante dos foliões e ao som de cânticos
processa-se o desfardamento. Em primeiro lugar, os palhaços:
ajoelhados retiram as máscaras e depois as roupas colocando-as ao pé
da bandeira. Em seguida, os foliões: ajoelham-se e despem dos
blusões ou uniformes. E por último, segue-se: contramestre, mestre
e alferes.
E
por fim, os foliões aproximam-se da bandeira e depositam aos seus
pés, os instrumentos usados durante a jornada. A entrega da Bandeira
se faz por último com o cântico determinado para o fim. O alferes,
novamente com o estandarte, ajoelhado, entrega-a à madrinha,
geralmente a esposa ou filha do mestre, para que fique sob a guarda
até o ano seguinte.
Com
saudações de vivas, danças, todos se confraternizam na festa.
Figura
10 Palhaços da Folia de Reis - Foto tirada da Internet
E. Agentes envolvidos na atividade:
-
Mestre
O
Mestre chefia a Folia. Organiza a jornada inteira, determinando
disciplina, ordem, roteiro, festa de encerramento. O Mestre é
responsável pelos instrumentos, vestimentas, bandeira e também
pela guarda e destino do dinheiro arrecadado.
-
Contraste
O
Contraste funciona como um vice. Auxilia o Mestre e o substitui,
quando necessário.
-
Alferes
O
Alferes é a pessoa responsável pela Bandeira, carregando-a durante
a jornada e protegendo-a o tempo todo. O Alferes, Bandeirista,
Bandeireiro como pode ser chamado é representado por um folião ou
pessoa indicada pelo Mestre. A Bandeira ( estandarte ) vai sempre à
frente dos foliões, ladeada pelo Mestre e Contramestre . A Bandeira
representa a Folia.
-
Os Músicos
São
chamados de foliões. Cada um toca um instrumento e ajuda na
elaboração dos cantos.
Nem
todos os músicos são cantores. A maioria apenas acompanha com um
resmungo fanhoso os versos que o mestre ou contramestre canta ou
improvisa. Alguns pronunciam apenas “ai” arrastado e dolorido os
versos com que inicia e termina o canto, os quais servem para tomada
de fôlego, uma inspiração profunda depois da emissão de voz no
canto. O coro dos cantores se completam com o timbre feminil da voz
de algum folião que eleva um fio de som algumas escalas acima dos
demais e assim o canto desaparece abafado pela música.
-
Os Palhaços
Os
palhaços se vestem de roupas coloridas, de chitão, e usam máscaras
confeccionadas de forma artesanal com muitos adereços, como: pele e
pelo de animais, chifres, brincos, dentes e outros objetos que possam
dar características assustadoras e cômicas. E para completar os
adereços, eles carregam consigo um porrete ou reio de couto, os
quais são usados para brincar com as pessoas e fazer sues
malabarismos.
Os
palhaços usam nomes de guerra, mas nada impede-os de revelar sua
verdadeira identidade, no momento de descanso, quando retiram a
máscara.
Os
palhaços constituem a grande atração popular da folia e é
incalculável o número de crianças que se aglomeram em volta deles.
A
função dos palhaços é mesmo de divertirem as pessoas.
No
momento de apresentações dos palhaços o público lança moedas no
chão em homenagem a eles, os quais apanham as moedas fazendo graça
de todas formas afim de ganharem mais dinheiro até o Mestre ordena
o fim da apresentação.
- Recursos
A
Associação ainda não recebe nenhum tipo de repasse financeiro por
parte de órgãos públicos. Sobrevive com recursos próprios ou com
doações advindas de jornadas.
- Público Alvo
As
apresentações são realizadas através de convites:
-
Eventos Culturais – Comunidade geral
-
Jornadas – Devotos dos Santos Reis ( comunidade familiar )
-
Festa de Padroeiro – Fieis católicos
- Patrimônio da Entidade - Instrumentos
-
Sanfona – ( 2 unidades )
-
Violão – ( 3 unidades )
-
Viola – ( 3 unidades )
-
Cavaquinho – ( 2 unidades )
-
Pandeiro – ( 2 unidades )
-
Reco-Reco - ( 1 unidade )
-
Bumbo - ( 3 unidades )
-
Triângulo - (2 unidades )
-
Tarou - ( 2 unidades )
-
Chocalho ( 1 unidade )
- Salvaguarda e Valorização:
H.1-Os
principais problemas encontrados durante toda a jornada de folia de
Reis, desde os primórdios tempos, de aparecimento dos primeiros
grupos de foliões em Piumhi, são:
-
Falta de apoio da Comunidade de modo geral;
-
Falta de incentivo cultural;
-
Descrença de vários foliões, fator causador de afastamento da
atividade;
-
Falta motivação na propagação da devoção aos Reis Magos;
-
Dificuldade financeira, para manutenção de instrumentos e
vestimentas.
H.2-
Diretrizes para a salvaguarda da cultura da Folia de Reis:
-
Levantamento de dados para a complementação do Inventário;
-
Realização de Encontros regionais de Folia de Reis, para troca de
experiências;
-
Realização de Entrevista com o Presidente da Associação
-
Início da Construção da sede e Capela da Associação
-
Reunião com o Conselho para apreciação do Dossiê de Inventário
-
Reunião com Conselho para finalização de aprovação do registro
Cronograma de Atividades de Salvaguarda
Atividades/ Ações/ Medidas de Proteção, gestão, manutenção, difusão e promoção. |
1º Trimestre Dez 2014 Jan 2015 Fev 2015 |
2º Trimestre Mar 2015 Abr 2015 Mai 2015 |
3º Trimestre Jun 2015 Jul 2015 Ago 2015 |
4º Trimestre Set 2015 Out 2015 Nov 2015 |
Levantamento
de dados para a complementação do Inventário;
|
||||
Realização
de Encontros regionais de Folia de Reis, para troca de
experiências;
|
||||
Realização
de Entrevista com o Presidente da Associação
|
||||
Início
da Construção da sede e Capela da Associação
|
||||
Reunião
com o Conselho para apreciação do Dossiê de Inventário
|
||||
Reunião
com Conselho para finalização de aprovação do registro
|
Figura
Preparação do Terreno para a construção da Associação e Capela
de Santos Reis - 2015
Figura
Construção da sede e capela de Santos Reis - 2015
- Documentos Fotográficos
Figura
II Encontro de Folia de Reis -2015
Figura
Celebração da Palavra - II Encontro de Folia de Reis - 2015
Figura
Apresentação em Penedos - 2015
Figura
Recebendo a Bandeira em Penedos - 2015
Figura
II Encontro de Folia de Reis
Figura
Apresentação da Folia em Penedos – 2015
Figura Apresentação da
Folia na Escola Dr. Avelino de Queiroz
Figura Apresentação da Folia na Escola Dr. Avelino de Queiroz
Figura 22 Integrantes da Folia
de Reis - 2015
- Registro Audiovisual
DVD
- Ficha Técnica
O
Dossiê foi montado baseado em Pesquisas sobre a história da Folia
de Reis desde os primórdios tempos; Entrevistas com pessoas ligadas
à tradição; Participação em Encontros Regionais e Depoimentos de
pessoas devotas.
Pesquisadora:
Nadir Goulart Rodrigues – Diretora do Departamento de Cultura
Entrevistado:
Sebastião Teodoro Dias – Presidente da Associação de Folia de
Reis
Depoimentos
Orais: - Amador Leão da Silva - Folião
- Agostinho dos Santos Goulart Neto - Folião
- Edevaldo Camilo Costa – Folião
- Geraldo Romeu da Costa - Devoto
- Parecer Técnico:
Como
Historiador, gosto de pesquisar sobre a cultura, principalmente a
cultura do nosso povo. O brasileiro, raça de muitas raças, tem
muita história a contar. Recentemente envolvi na pesquisa do
folclore, crença religiosa e tradições. Na região de Piumhi ficou
constatado que a crença religiosa é muito forte. Depois de Nossa
Senhora, um dos santos de devoção são os Três Reis Magos. A
história destes santos surgiu com o nascimento do menino Jesus em
Belém. Em forma de folclore a Folia de Reis chegou ao Brasil trazida
pelos Portugueses e aqui cultivou a tradição. Em Piumhi,
principalmente na véspera do Natal é comum a saída do grupo de
Folia de Reis às ruas e comunidades rurais em jornada até o dia 06
de janeiro. Há tempo, ou seja, desde a emancipação do município
se fala em Folia de Reis. Em meio a tanta devoção e por fazer parte
da nossa cultura, afirmo que realmente é necessário que se faça o
Registro no Patrimônio Cultural com o objetivo de preservar e
resguardar a história.
Luis
Augusto Junio Melo
Masp:
- Parecer do Conselho
O
Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Piumhi, em reunião no
dia 13 de maio de 2015,
decidiu
acatar a indicação de Registro da tradição da Folia de Reis, por
reconhecer o mérito cultural
que
ela representa para o povo piumhiense. Esta cultura advinda de
Portugal e outras nações, chegou ao Brasil e aqui suas raízes
fincaram em solo fértil, ficando para sempre, passando de geração
em geração. O povo de Piumhi e região, principalmente fieis da
igreja católica, são devotos dos Reis Magos e as celebrações são
constantes, com acentuação na véspera do Natal. Por outro lado, a
folia de Reis é considerada parte do folclore brasileiro. Por estas
e muitas razões, o Conselho deferiu a indicação em unanimidade,
com gosto e satisfação.
Piumhi,
15 de maio de 2015.
Nadir
Goulart Rodrigues
Presidente
do COMPAC
Ata de Aprovação Provisória
Ata de Aprovação Definitiva
Cópia do Decreto ou Homologação do Registro
Figura
Jornal Local Alto São Francisco edição 3.851 de 30 a 6 de
dezembro de 2015
Figura
Jornal Local Alto São Francisco edição 3.851 de 30 a 6 de
dezembro de 2015
- Inscrição no Livro de Registro - Cópia da página.
Anexos
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